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quarta-feira, 8 de março de 2017

Dia internacional da mulher

Nesse dia não queremos ouvir que somos "maravilhosas"... Queremos falar sem medo e ser ouvidas sem preconceito.

Silenciada (Keila Knobel, 2016, colagem, carimbo e lápis de cor)

Não queremos flores ou elogios machistas (atenção, não é uma crítica aos homens, muitas mulheres são machistas também)... Queremos respeito.

Desrespeito (Keila Knobel, 2016, colagem)

terça-feira, 7 de março de 2017


Na semana passada o Ricardo Azevedo esteve n'A Casa Tombada aos novos e aos antigos alunos da pós em Livro para a Infância para falar sobre seu percurso profissionais. "Legal", pensei. Afinal, conheço vários de seus livros por meio dos meus filhos, que vira e mexe trazem um da biblioteca da escola. Além disso, gosto de sua linguagem direta e enxuta e de como suas histórias fogem do óbvio e passeiam pela complexidade da vida... Confesso que, além dessas impressões (superficiais), eu não sabia bem o que esperar desse encontro.

Cheguei n'A Casa um pouco adiantada, então aproveitei para pedir um autógrafo para meus filhos, claro. Não sei porque, mas eu pensei que o Ricardo Azevedo fosse baixinho. Ele é bem alto e sorri um sorriso meio sério, meio tímido, mas muito franco.

Obviamente que não dá para contar aqui tudo que o que foi conversado nesse encontro que durou quase três horas! Então, conto aqui as coisas que me impactaram.

1. Antes de mais nada, confesso que eu estava passando por uma fase meio baixo-astral... Estou tão apaixonada pelas imagens que eu vinha pensando como eu seria hoje se eu tivesse cursado artes plásticas ou design. "Se", claro, é a palavra mais inútil que existe. Mas eu vinha me sentindo meio atrasada em relação às outras pessoas da minha idade, ou mais novas, que já fizeram tantas obras, já publicaram, e tudo, e eu ainda aprendendo a misturar as cores da aquarela... 

Aí o Ricardo Azevedo conta que ele, apesar de sempre ter gostado de escrever, acabou,, meio "por acaso", cursando Comunicação Visual pela Faculdade de Artes Plásticas da FAAP. E então ele contou algo que me fez pensar muito na minha posição hoje... Quando ele publicou seus primeiros livros infantis, na década de 1980, se sentia um pouco desconfortável quando era chamado para conversar com pedagogos e alunos, pois não se sentia "do ramo". E tive meu momento estalo na telha! Será que o que eu sinto quando estou ao lado de artistas e ilustradores é parecido com o que ele sentia quando estava ao lado de pessoas que entendiam muito de literatura e de educação infantil? Não sei se foi isso mesmo, mas assim eu entendi, o que me abriu portas e janelas na cabeça! (Depois ele foi para sua pós-graduação, quando, começou sua pesquisar sobre cultura popular, que aparece muito em sua obra)

2. Ele falou de muitas obras e autores que o nutriram desde pequeno, assim como de livros um pouco mais recentes, referências pessoais que acabam influenciando sua obra. Praticamente todas as obras estão esgotadas, eu já procurei... (lá vou eu a sebos e bibliotecas!)

Rubem Braga e Stanislaw Ponte Preta, crônicas
de Peter Bichsel, O homem que não queria saber mais nada e outras histórias
A pedagogia de democracia e liberdade postulada por John Dewey


Revistas Humboldt, uma de suas referências visuais da infância
3. Algumas das falas do Ricardo Azevedo eu tomei como conselhos. Não que tenham sido "conselhos", mas agarrei-os assim, e se servirem para vocês, aí vão (do jeito que eu anotei, não gravei...).


4. Ele mostrou um caderno incrível, cheio de recortes de jornal, com notícias e histórias engraçadas ou inusitadas. Me fez lembrar do imperdível filme Um conto Chinês, de Sebastián Borensztein (2011)!

Ricardo Azevedo e seu caderno de recortes de jornal
Referências, inspiração e generosidade pra dar e vender

sexta-feira, 3 de março de 2017

Quando faltam palavras

Hoje uma amiga muito querida perdeu seu pai... Pensei nela e em sua família o dia todo, mas a distância e os compromissos me impediram de estar ao seu lado neste momento.

Apesar de gostar de escrever, nessas horas me faltam palavras. Aprendi a respeitar esse silêncio que se instala.  Lembro-me de frases péssimas que eu já soltei ao tentar "consolar" a perda de uma gestação, a descoberta de uma doença... Não respeitar nosso próprio pedido de silêncio pode ser um desastre.

Em silêncio, peguei o grafite e a aquarela e desenhei os abraços que eu queria lhe dar...

Abraço, aquarela e grafite

Lado a lado