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segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Carimbo esculpido à mão

A primeira vez que eu vi um carimbo artesanal foi no Pinterest. Eu pirei! Eu queria fazer aquilo de qualquer jeito! Para quem é das artes plásticas, fazer um carimbo, ou melhor dizendo, uma matriz, é meio "básico". Nos cursos de artes os alunos aprendem a fazer matrizes em diversos materiais para então fazerem suas gravuras. Mesmo na arte popular usa-se bastante a xilogravura, como é o caso do grande artista José Francisco Borges. Mas foi só no ano passado que eu percebi que eu também poderia fazer um carimbo na minha casa, com o desenho que eu quisesse. De preferência um simplesinho, claro...

Este que eu vou mostrar para vocês foi um que eu fiz este mês, para estampar a capa de um caderninho (também artesanal) que eu fiz para presentear algumas amigas que, como eu, curtem tudo que tenha uma orelhinha. Coisa de audiologista... 

Não vou me aventurar a ensinar um passo a passo, muita gente já fez isso, muito melhor do que eu faria,,, Só vou mostrar como foi que "aconteceu". Os materiais específicos para esse projeto foram a placa de linóleo (mas poderia ter sido borracha escolar), goivas (tipos de estiletes para cavar o material) e almofada para carimbo.

Materiais
Primeiro eu fiz o desenho que eu queria num papel e passei para a placa de linóleo. Esse é o logo do meu consultório.

Placa de linóleo
Como eu queria que o desenho ficasse em relevo, fui cavando cuidadosamente em volta do desenho.

Como eu não tenho prática, demorou um bocado. Aí, fui testar o carimbo, claro, para ver como tinha ficado.

Ficou uma porcaria! 

Uma vez que você tira um tiquinho a mais do material, ele não pode ser recolocado, e o desenho fica diferente do original. Claro que a graça do artesanal é ter mesmo cara de artesanal, não precisa ser perfeito. Mas nesse caso, ficou horrível mesmo... Não foi só um tiquinho a mais de borracha que eu arranquei...



Veja você mesmo o desastre.

Não deu certo...

Eu não desisti, comecei tudo de novo, dessa vez com muito mais paciência, mais delicadeza e sem pressa. Puxa, como eu preciso praticar o "sem pressa". Fico falando para mim mesma "o mais legal é fazer, não tem pressa". Então eu cavei primeiro cavei só em volta do desenho, e depois tirei o resto do linóleo. 

Cavando em volta do desenho

Carimbo pronto

E a hora da verdade, outra vez! Mas desta vez o resultado foi bem melhor, ufa!

Teste da impressão

E aqui, os caderninhos, com capa de papel color set colados com tecido cru, bordas de cetim autoadesivo (os caderninhos de baixo) e de washi tape (os de cima).

Caderninhos artesanais com estampa artesanal!


sábado, 24 de dezembro de 2016

O lápis de cor colorindo a aquarela

 Ainda é muito cedo para dizer que eu encontrei um "estilo" para chamar de "meu", mas já posso dizer que encontrei uma coisa coisa que me dá muito prazer em fazer: pintar um borrão de tinta e encontrar um desenho dentro dele! Fico naquela felicidade de criança quando pula na piscina numa tarde quente ou com aquela excitação de abrir um presente embrulhado com capricho!

Foram de manchas de aquarela que surgiram esses meus monstrinhos... Gostei tanto deles que resolvi trazê-los para dentro dos livros. Não viraram personagens, não, viraram marcadores de páginas!


Dentuço, aquarela e lápis de cor


Gema, aquarela e lápis de cor

Levei o arquivo digital numa gráfica rápida e fiz impressão em papel couchê 300 mg. Como a impressão foi de um lado só do papel, fiz uma aguada de aquarela do outro lado do papel já impresso.


impressão de um lado, aquarela do outro
  Aí foi só recortar, furar e colocar um barbantinho...

marcadores ganhando forma

marcador de página em ação!

Seguindo com a brincadeira, fiz dois cartões de boas vindas para meus sobrinhos que nasceram. Eu queria muito dar a eles algo que pudesse ter significado também quando eles crescerem, por isso registrei meus desejos a cada um deles,,,

Mas o que desenhar para esses bebês que eu ainda conheceria? Eu não sabia, por isso me deixei levar apenas pelas cores, confiante de que o desenho viria sozinho. E veio mesmo!

Mancha rosa

Cartão para Julia

Mancha azul

Cartão para Bruno





segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Só agora estou chegando à Terra do Nunca

Eu sempre gostei de ler e de escrever... cartas, diários, pequenas histórias. Mas este ano resolvi levar a coisa um pouco mais a sério e comecei uma pós-graduação toda dedicada ao livro para crianças e jovens n'A Casa Tomabada/FACON. Estou a-man-do!!! Amando as disciplinas, os professores, os colegas e, principalmente, claro, os livros. Em cada encontro dezenas de descobertas e, no fim do semestre, deve ter chegado a uma lista de mais (muito mais...) de cem livros "imperdíveis"! Sem perder tempo, vou compensando as leituras que eu não fiz e relendo histórias queridas.

Como parte de uma atividade avaliativa da disciplina “Uma História da Literatura para Infância no Ocidente”, da professora Susana Ventura, eu deveria comentar um dos muitos livros citados por ela no curso. Escolhi o livro Peter Pan.


Peter Pan, de Jamie Barrie, na edição traduzida
 por Ana Maria Machado.

Nunca fui fã de Peter Pan, não sabia o nome dos irmãos de Wendy, sempre tive antipatia por Sininho e certa compaixão pelo Capitão Gancho. E me incomodava um pouco que esses personagens fossem tão festejados, mais que nada, por não conseguir participar dessa festa. Até há bem pouco tempo, tudo o que eu sabia dos personagens de Jamie Barrie havia sido através de filmes e séries de televisão. Aí meu filho leu Peter Pan quando estava no 7º ano e pareceu se emocionar com o livro. Achou-o triste. Comecei a desconfiar que aquele garoto narcisista, metido, irresponsável e insensível ao amor que lhe era devotado poderia ter outras camadas que me haviam escapado. Agora, movida pela curiosidade e pelo desejo de consumir toda a literatura “essencial” que me escapou na infância, finalmente li o famoso livro.

Já na primeira página eu entendi (ou comecei a entender) a tristeza contida no livro:

“ ... daí para a frente, Wendy ficou sabendo que tinha que crescer. Depois dos dois anos, você sempre fica sabendo. Dois anos é o começo do fim. " [p. 7]

Logo me recuperei dessa nostalgia e pensei em como foi bom crescer, eu sempre quis crescer. Quando criança, eu sonhava em me tornar adulta. E foi com essa determinação no coração que eu segui a leitura, observando atentamente o estilo da escrita, as figuras de linguagem, as referências histórias e sociais da Londres aristocrática, machista e racista de 1910 e me entediando com as descrições dos voos e das lutas de Peter Pan.

Incomodada por não ter encontrado o encanto e a magia de que tanta gente fala, comecei então a ler resenhas e artigos sobre Peter Pan. Não que eu quisesse ser “igual a todo mundo”, o que definitivamente está longe de me caracterizar. Foi mais uma intuição de que eu precisava ir mais fundo naquele universo. E então, não sem dor, descortinei-me. Eu estava lendo Peter Pan com os olhos e o coração de uma adulta que desde criança se excluiu da infância e quis ser adulta... Não havia me permitido a entrega à fantasia e à rebeldia. Me resignei desde cedo demais às regras do mundo adulto, à ideologia familista. Agora entendo o que me incomodava tanto em Peter, minha antítese, e Wendy, minha tese. Reconheço em mim a couraça do medo do fantástico (que ironia!) de que, se eu me deixasse visitar a Terra do Nunca, talvez eu me perdesse por lá.

Silenciosamente, após alguns dias, retomei a leitura de Peter Pan. Surpresa. Enxerguei doçura onde antes eu via cinismo, fragilidade onde era arrogância, coragem onde era impertinência. Até em Sininho, que sempre julguei ser uma ciumenta insuportável, flagrei uma prova de amor incondicional que me comoveu. Terminei o livro com os olhos (úmidos) do coração, ansiosa por reler a história com uma postura desarmada e mais leve. Tão leve que, quem sabe, me permita voar até a Terra do Nunca...




Quer saber mais? Algumas leituras que me ajudaram nesse estudo:
1. Barrie, Jamie M. (2006). Peter Pan. (A. M. Machado, Trad.) São Paulo: Moderna.
3. Zilberman, Regina. (2003). Peter Pan, de Monteiro Lobato. IN: ____ A literatura infantil na escola. São Paulo: Global. p. 83-94.
4. Zilberman, Regina. (2003). Literatura infantil: fantasia e exemplaridade. IN: ____ A literatura infantil na escola. São Paulo: Global. p. 126-132.
5. Petit, Michelle. Peter Pan e Wendyou o direito à ficção. Revista Emília, 2012. 

A gente nunca sabe...

Então eu estava tentando pintar nuvens... mas a maioria delas parecia qualquer coisa, menos nuvens. Eu via bichos, via olhos e bocas, mas não nuvens. Foi quando eu tive um estalo! Aliás, dois. O primeiro é que é exatamente isso que é legal nas nuvens, a gente consegue enxergar várias formas nelas, e essa sempre foi uma brincadeira que me encantou! O segundo, é que eu não "tinha" que pintar nuvens, elas podiam ser o que eu quisesse. Me senti, vejam só... livre! Se você é uma pessoa que já se sente livre, isso pode parecer uma bobagem, uma obviedade. Mas para mim, sempre tão focada em objetivos e métodos que deveriam levar ao resultado planejado (isso para falar só do pensamento científico...), a experiência de me deixar levar pela intuição e pelo lúdico foi uma descoberta realmente libertadora! Se eu olhava para os "céus" que eu havia pintado e enxergava outra coisa, outra coisa ela seria! 

Peguei meus lápis de cor e comecei a sombrear aqui e lá, fui encontrando formas

Nuvem que não deu certo (1)
Pescaria duvidosa...
Nuvem que não deu certo (2)

Nadando numa lagoa perigosa...
Dessas tentativas de nuvens acabei fazendo uma série de monstrinhos em paisagens, todos com um pequeno personagem "desavisado". Estou criando uma narrativa para os desenhos, quem sabe sai uma pequena coletânea ou um livrinho... Aí estão alguns outros trabalhos da série.

Montanhas rochosas

Filhote de nuvem
No fim, tomei gosto por encontrar formas escondidas na aquarela! Num dos próximos posts eu mostro para vocês umas outras experiências com aquarela e lápis de cor.






sábado, 26 de novembro de 2016

Nuvens

Tudo começou com um exercícios de colagem que não deu certo...
Minhas únicas experiências anteriores com colagem não tinham NADA a ver com o que eu faria naquela aula. Eu deveria escolher qualquer imagem de revista que me chamasse a atenção, recortar ou rasgar a imagem ou a parte que eu quisesse dela, colar numa folha de desenho e desenvolver um trabalho, talvez um desenho a partir da imagem colada. 
Folhando as revistas, meu olhar se fixou no olho enorme de um cachorro. Um olho enorme em preto e branco, extremamente expressivo, me nocauteou. Não consegui fazer mais nada naquele dia...
Pensei muito sobre aquele olho e sobre muitos outros olhos e olhares, e decidi que eu precisava fazer um trabalho com olhos (acabei fazendo vários). O primeiro seria um abismo preenchido de olhos de vários tamanhos, recortados e desenhados. O céu seria nublado. Nublado em aquarela. E como é que eu faço isso? Eu tinha um estojinho de aquarela, mas tudo que eu sabia de aquarela foi o que eu vi (e não que fiz) no Pinterest. Eu nunca tinha "aprendido" a pintar com aquarela. 

Aquarela Lamy, Alemanha
Primeiro, aprendi o básico do básico: A tirar a tinta da pastilha com um pincel, passar para uma paleta, diluir a tinta, fazer outras cores e, então, a controlar o pincel e o curso da tinta em quadradinhos. 



Depois, as tentativas de nuvens. Fiquei muito frustrada! As primeiras nuvens até tinham formato de nuvens, mas eram azuis ou cinzas, e não brancas... 

Primeiras nuvens
Depois experimentei delimitar um quadrado para fazer um pedaço de céu nublado, mas foi um desastre, nada saia como eu imaginava. Então peguei referências de céus nublados e de nuvens na internet, talvez eu precisasse olhar para um céu e tentar pintá-lo. De novo, decepção. Aliás, a única nuvem que parecia realmente existir foi a que pairava sobre a minha cabeça! Não vou mostrar todos as minhas tentativas aqui, seria muito repetitivo! Mas por uma semana a maioria foi mais ou menos o que está aqui mesmo...

Tentativas (frustradas) de céus nublados
Assisti a uns tutoriais de como pintar céus e nuvens em aquarela, e lá fui eu de novo... Agora, molhando o papel antes de pintar, comecei a ter uns efeitos mais interessantes... Mais parecidas com as nuvens que eu queria...

Céus nublados e chuvosos
Nuvem num céu azul
No próximo post eu te mostro como eu aproveitei as nuvens que não deram certo, e em algum outro eu mostro o resultado final do trabalho do abismo com colagem e desenhos de olhos, que desencadeou esta sequência de nuvens!



Manchas vivas

Há uns meses atrás fiz minha primeria oficina de ilustração com um ilustrador ilustre! Foi no Atelier Dani Galanti que passamos um dia inteiro sendo desafiados por Dipacho, um ilustrador e autor colombiano de livros infantis premiadíssimo.
O objetivo era desenhar casas, árvores, ratos, vacas, gatos, pessoas e outros personagens a partir de formas geométricas, formas orgânicas e manchas em nanquim ou aquarela. Apesar de serem exercícios muito livres, não eram exercícios fáceis. Afinal, não é fácil exercitar a liberdade, ao menos não para mim. Não num grupo com profissionais e amadores super talentosos ao meu lado. Ou seja... mais que aprender a enxergar e a fazer desenhos a partir de muito pouco (formas e manchas), tive as primieras lições sobre a necessidade de se deixar a vaidade e a autocrítica de lado porque, se não for assim, não dá pra dar nem um passo. Lição dura!

Os exercícios eram assim:
1. O Dipacho pedia para desenharmos formas geométricas ou para fazermos manchas de nanquim ou aquarela, por exemplo.
2. Ele nos mostrava, por exemplo, um rato. O que não pode faltar num rato? O que o caracteriza como rato? Orelhas, focinho, dentes, rabo, olhos, quatro patinhas magras...
3. Então tínhamos que transformar aquelas formas ou manchas em ratos em alguns minutos.
4. Passado aquele tempo, nos levantávamos e íamos observar o trabalho dos colegas, analisando o que gostamos e porque, qual foi inusitado, qual nos chamou mais atenção, etc. Vários colegas fizeram trabalhos geniais, em minutos, uau!

Os meus não foram geniais, mas de alguns eu gostei. No começo eu quebrei a cabeça tentando fazer os ratos parecerem ratos, mas aí vi que os desenhos mais legais eram representações em que os olhos, o rabo ou o focinho estavam deslocados de onde deveriam estar, por exemplo. Tudo bem que apareceu um gato aí no meio! :o)

Ratos a partir de agrupamentos de formas geométricas.Tinta acrílica preta, canetas branca e preta e lápis branco. 


Ratos a partir de manchas. Nanquim, canetas branca e preta e lápis branco.
Também teve a "surpresa" de transformarmos formas orgânicas em personagens humanos...


Personagens a partir de formas orgânicas. Nanquim, caneta preta e grafite.
... e manchas amarelas bem diversas e transformar em animais.

Animais a partir de manchas diversas. Tinta acrílica amarela e preta e caneta preta.
Te convido a observar ilustrações super bacanas que estão por aí, e você encontrará muitos trabalhos a partir de figuras geométricas, orgânicas e de manchas. Confira alguns:

Oh, as cores, de Jorge Luján, ilustrações de Piet Grobler, Editora SM, 2011


Ilustração de Dipacho para "EL Niño Gato", texto de  Triunfo Arciniegas, Ediciones SM, Colombia, 2013

 ilustrações de Dipacho para "A Vaigem dos Elefantes", texto dele. Pulo do Gato, 2012

 ilustrações de Dipacho para "A Vaigem dos Elefantes", texto dele. Pulo do Gato, 2012




quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Meu primeiro desafio (um pouco de nostalgia, um pouco de loucura)


Eu sou daquelas pessoas que tem mania de esvaziar armário, mesa e bolsos. Adoro um cesto de lixo! Jogo tudo, o que pode e o que não pode. Cansei de resgatar papeis importantes no lixo! Mas muitas coisas não puderam ser resgatadas e foram embora para sempre.

O que pode ser aproveitado por outra pessoa é doado, claro. Sempre fui assim, desde muito pequena. Por isso não tenho uma boneca antiga (nem a primeira, a favorita), não tenho meus primeiros livros, meus disquinhos, minha vitrolinha ou minha maquininha de costura... Para falar a verdade, eu gostaria de ter guardado todos eles... Não para deixar guardado. Para continuar em contato com todos eles, para continuar usando, lendo, ouvindo, compartilhá-los com meus filhos... Mas já foi, e quem os recebeu deve ter aproveitado bastante. Mas, de verdade, nunca me passou pela cabeça me desfazer da minha caixa de lápis de cor da Faber Castell. Uma caixa com 36 cores!

minha eterna caixa de Faber Castell...

Devo ter ganho essa caixa quando eu tinha uns oito anos, era meu tesouro! Usei esses lápis com muito cuidado e carinho durante toda a minha vida escolar. E então o guardei no fundo do armário, deixando à frente apenas os textos "sérios".

Então o desejo de desenhar voltou com força total. Encontrei o Atelier Daniela Galanti, e nesse espaço maravilhoso, companheiras incríveis para essa jornada: de fora para dentro, de dentro para fora, ad eternum...

Mas aí descobri que meus lápis antigos, lindos e tão amados, são muito duros. E saí comprando material novo! Oba!!! Aprendi a delícia que é o Carand'ache Supracolor Soft! Ele é aquarelável, o que é super legal. Mas é um lápis só para aquarelar. Ele "pode" ser aquarelado. 

Carand'ache Supracolor Soft, a vedete dos lápis de cor macios
 A lata pode ser muito bonita, mas para levar de casa para o atelier, do atelier para casa, não se mostrou muito prática. Isso porque quando a lata fica de pé, dentro da sacola ou da mochila, os lápis se movimentam um pouco... O suficiente para me deixar louca com a disposição das cores, e com medo de que eles se quebrem por dentro. Então arranjei um estojo bem leve, tipo "wrap". Agora sim, eles vão pra lá e pra cá comigo o tempo todo!

estojo de tecido de enrolar

estojo de tecido, enroladinho


Aprender a usar esses lápis não foi tão fácil quanto pode parecer... Meu primeiro exercício foi preencher esses quadradinhos, com valores diferentes, mais claros e mais escuros, em papéis de texturas diferentes. Aí eu usei o Canson Layout, um papel bem liso, quase sem porosidade. 

Se você entende de lápis de cor, já percebeu meu erro de principiante... "Calquei" o lápis para fazer a cor intensa, e o resultado foi uma cor meio saturada, um aspecto brilhante no papel... 

papel Layout Canson

o brilho do lápis no papel
Nã-nã-ni-nã-não! "Pode fazer tudo de novo, desta vez acrescentando cor em camadas, sempre suaves. Repetindo o movimento do lápis, com bolinhas ou com vai e vem, mas sempre com a mão leve", diz minha guia. Cada vez que o lápis toca o papel ele deixa seu pigmento... Não adianta ter pressa... "Fábrica de loucos", penso logo de cara. Mas vamos fazer o que tem que ser feito, certo?  

Logo de início fiquei super frustrada porque os colorido suave ficava com as marcas dos traços, já que a mão não estava tão leve quanto deveria. "Porcaria de lápis macio, com meu lápis antigo isso não acontecia!" Mas não sou de desistir fácil. Aliás, quando ponho uma coisa na cabeça, vou até o fim (ou até desistir mesmo...). Resumindo: passei horas, umas seis horas, para colorir esses quadradinhos. Nessas horas, passei da frustração para a raiva, da raiva para a tristeza, da tristeza para a aceitação, e da aceitação... para um estado meditativo maravilhoso! 

devagar e sempre

papel Mi-Teinte Canson

papel Desenho 200 Canson
E, pra completar, o treino da mistura de cores. Para minha grande surpresa, descobri que, não importa o tamanho da sua caixa de lápis, sempre haverá uma cor que você quer e que não está lá! Falo porque, desde meus primeiros exercícios, e a despeito da minha pouca experiência, já quis inúmeras cores que não encontrei entre os meus lápis!

papel Aquarela Canson