Translate

domingo, 29 de janeiro de 2017

Quebrando a cara com as cores da aquarela

Sabe aquela noção de que bastam as cores primárias e o preto para fazer qualquer cor do mundo? Me perdoem os experts em cores, mas para uma simples mortal como eu e, principalmente, inciante na arte, esse papo é bem furado...

Bem, eu já contei que tinha um estojinho de aquarelas Lamy para estudantes e crianças. Poco tempo atrás, comprei aquarelas em tubinhos e, acreditando que poderia fazer qualquer coisa com elas, comprei um kit com 12 cores. Na verdade 11, porque uma é a cor branca, que a gente acaba não usando quase nada,,,

Aquarelas Cotman Winsor&Newton, kit com 12 cores

Visitando uma exposição do artista campineiro Francisco Biojone, achei o exercício perfeito para testar minhas cores! Deve ser fácil, pensei. Só sendo muito inciante mesmo para pensar isso...

Tela de Francisco Biojone, da exposição Fábulas não escritas
Essa foi minha tentativa...

É preciso praticar mais, muito mais
Além de falhas em relação às técnicas de aplicação de aquarela, que eu sei que fiz, mas ainda não sei corrigir (não vejo a hora de acabar as férias do atelier!), eu tive muita dificuldade para fazer as cores que eu queria. Claro que isso não é desculpa pelo resultado geral do exercício, mas garanto que eu tentei usar outras cores, que não minha imaginação teriam dado um resultado melhor!

Mas fiz um trato com uma amiga querida de não comprarmos mais nenhum material de arte até o carnaval, então tenho que aprender a me virar com o que tenho, certo? Assisti a vários tutoriais de misturas de cores no pinterest e escolhi um pra fazer. Então vamos. Se eu misturar sempre apenas duas cores, usando a mesma proporção entre as duas, já vou conseguir um montão de cores!

Papel de aquarela XL 300 mg com riscos para 121 cores

Peleta 11x11 do kit de 12 cores Cotman Winsor&Newman
Realmente, muitas cores.algumas bem parecidas, mas já serve de referência para algumas combinações básicas. Mas váaaaarias cores que eu queria não apareceram aí, obviamente. Porque para cada combinação de duas cores, dá para para fazer diversas proporções de misuras de cores (90%-10%, 70%-30%, etc). Fora que se a gente quiser pode misturar três, quatro, cinco cores... Se misturar tudo vai acabar cinza ou marrom! 

Conclusão do exercício da paleta: preciso desesperadamente de mais umas dez cores, no mínimo! Carnaval, cadê você?!

Ah, e sabe aquele exercício que eu mostrei no alto do post? Resolvi passar uma aguada de tinta acrílica branca sobre a aquarela e desenhar por cima. Ficou bem bobo, mas achei melhor do que estava. Provavelmente depois faço umas colagens por cima ou outras pinturas. Mas vou esperar eu melhorar mais um pouquinho, senão vai ser só um tropeço por cima do outro! 

Gato bobo


segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Emaranhado de linhas

Há uns quatro ou cinco anos eu estava enlouquecendo (se vontade de comprar tudo) numa loja maravilhosa de produtos para arte nos Estados Unidos, a Michael's (vá por sua conta e risco!) quando, indo para o caixa, estressadíssima (lutando comigo mesma para tentar tirar alguns itens do carrinho), avisto este livro, que prometia ser a salvação de todos os meus problemas!

Livrinho querido!
Yoga para o cérebro? Pensando bem (o que só é possível longe da Michael's), que baita pleonasmo! Mas tudo bem, todos perdoados, porque fazer esses desenhos livremente, é a coisa mais gostosa que existe!

Quem nunca rabiscou o caderno durante uma aula entediante, ou um bloquinho de notas enquanto falava ao telefone? E às vezes não saia algum desenho interessante? Bem, fazer Zentangle me lembra um pouco essa sensação do desenho-rabisco-por-puro-prazer... Aliás, esse nome, Zentangle, surgiu há pouco mais de dez anos, por conta da teoria "zen" por trás do método criado. Resumidamente, os princípios do Zentangle são: estar consciente de cada traço feito e totalmente focado no momento presente, desenhar com caneta (para não apagar os erros, que acabam sendo oportunidades para a criação de novos padrões), desenhar o objetivo de um determinado resultado e... gratidão.

Outra coisa legal é que esse é o tipo de desenho que você pode fazer em qualquer lugar, sem precisar de materiais sofisticados ou de muito tempo. Aqui estão algumas das minhas brincadeiras com o Zentangle.

Fios entrelaçados

Uma árvore, muitos padrões

L de Lara

Meus monstros, sempre presentes

sábado, 14 de janeiro de 2017

Desenho cego, pra aprender a não se levar tão à sério...

Quem nunca fez um desenho (mesmo que tenha sido quando era criança) e achou que ficou uma porcaria? E claro que quando somos adultos, nossa autocrítica é bem mais feroz... Se não tomarmos cuidado, o que seria uma prática prazerosa torna-se rapidamente fonte de tortura e de frustração.

Pois tem um tipo de desenho que me trouxe uma experiência bem libertadora: o desenho cego. Você olha um objeto ou alguém e desenha sem olhar o papel. Esse exercício é usado para treinar a sincronia entre os movimentos dos olhos e das mãos.

Pra não correr o risco de "roubar", melhor apoiar o caderno ou o bloco nas pernas e desenhar debaixo da mesa mesmo! Já deu pra imaginar o que vai sair, né! E o legal é isso, com a expectativa super baixa, a gente acaba se surpreendendo com a beleza dos desenhos soltos e desproporcionais.

Esses desenhos, abaixo, eu fiz numa sala de espera, olhando revistas. Os desenhos são rápidos, e o ideal é fazer de caneta, pra não correr o risco de querer apagar e "consertar". Neste primeiro eu consegui quase não tirar a caneta (Stabilo preta) do papel, o que ajuda muito. Mas acabei olhando para o papel para reposicionar a caneta para fazer o detalhe dos olhos, por isso vou chamá-lo de desenho "caolho".

Desenho "caolho"

Nos desenhos abaixo eu tirei a caneta do papel várias vezes. Até que o efeito do rosto ficou legal neste aqui, dando um rosto duplo, de frente e de perfil.

Desenho cego de Chrissie Hynde

Desenho cego de modelos com criações de Vivienne Westwood

Um outro jeito bem divertido de fazer desenho cego é em grupo. O desenho a seguir é resultado de um exercício no Ateliê da Daniela Galanti, com minhas colegas queridas. Foi assim: a Dani agrupou vários objetos distintos no centro de uma mesa retangular, nós nos sentamos ao redor da mesa e cada uma de nós (éramos seis) fez um desenho cego bem rápido do que estava vendo. Aí, com um comando, deixávamos nosso desenho no lugar e mudávamos de lugar, começando a fazer outro desenho cego por cima do desenho já começado da colega. Quando voltamos aos nossos lugares, cada uma se deparou com uma profusão de traços emaranhados, e partir deles deveria encontrar um desenho ou vários, mas deveria criar algo! Para algumas colegas foi bem difícil lidar com tantas interferências no desenho. A gente aprende a não se levar tão à sério...

Aqui está o resultado final do desenho cego coletivo, com meu trabalho em caneta nanquim (Micron 0,3) e lápis de cor.

Trabalho a partir de desenho cego coletivo

sábado, 7 de janeiro de 2017

Uma mala e muitas camadas


u tinha uma "lição de casa": desenhar uma mala e, a partir do desenho, quem a visse deveria conseguir deduzir quem era o(a) dono(a) da mala, para onde ele(a) iria, como chegaria lá, etc... Pensei, pensei, e escolhi quem seria o "personagem" dono da mala. 

Como segundo passo, saí pelo Google procurando imagens que serviriam de referência para o desenho. Antes eu achava que todo desenhista tinha todos os detalhes de todas as coisas em sua cabeça, e que na hora de desenhar era só pensar na imagem e desenhá-la. No curso de desenho básico que eu fiz na Arquitec (Campinas) eu aprendi muitas coisas, mas acho que as mais valiosas foram aprender o valor da observação e me permitir usar referências para os desenhos.

Depois de rascunhar um pouco, comecei a colorir a mala com lápis de cor. Horas e horas misturando cores para chegar no que eu achei que seria a cor certa. Mostrei para a minha professora, Daniela Galanti, que comentou "a primeira camada de cor está boa". Como assim, primeira camada de cor, eu dei umas cinco camadas de cor! Então vamos lá! Vejam que no desenho abaixo está a mala como eu levei, e no canto superior esquerdo da mala, foi o início da "segunda" (na verdade sexta ou sétima) camada de lápis de cor, que eu comecei a fazer durante a aula.

"Primeira" camada de lápis de cor, começando a segunda...

Pinta que pinta, mistura de cores, aponta o lápis, preenche, preenche,,, Fez diferença, que legal! Depois de mais ou menos uma hora e meia eu pergunto, "E agora,m está pronto?", "Viu como a mala 'saiu' do papel?", comenta Dani, satisfeita. "Agora você vai pra mais uma camada de lápis." "Sério???"

"Segunda" camada de lápis de cor
Mas vamos lá, a diversão é essa mesmo, não é? E quanto mais eu depositava cor, mais eu me apaixonava poe aquele pedacinho de papel! Com a mão SUPER leve, quase sem tocar o papel, eu ia fazendo traços "estrelados" (em várias direções diferentes) ou círculos minúsculos, e a ponta bem fininha do lápis ia encontrando o fundo dos poros do papel (neste caso, um papel pouco poroso, de um sketch book da marca Art Alternatives). Também reforcei o grafite, tanto no esboço dos pés e das patas do animal, mas também coloquei um pouquinho de grafite nos detalhes da mala e no sombreado. Aí, finalmente, a mala ganhou textura e ficou "pronta" pra viajar! Ainda bem, porque a manhã já estava no final!

"Terceira" (ou 30ª) camada de lápis de cor
Essas foram as fotos que eu fui tirando durante o exercício. Não sei se essa é uma boa desculpa pela qualidade da imagem, pelas sombras, etc... Mas foi assim que eu consegui fazer o registro... Depois, para caprichar no post, digitalizei o desenho, embora não tenha feito nenhum grande tratamento de imagem. Até porque (por enquanto) não sei fazer isso direito. Bem, aqui dá para ver melhor o resultado final.

Eis a mala, finalmente!
 E aí, dá pra arriscar de quem é a mala??