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quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Meu primeiro desafio (um pouco de nostalgia, um pouco de loucura)


Eu sou daquelas pessoas que tem mania de esvaziar armário, mesa e bolsos. Adoro um cesto de lixo! Jogo tudo, o que pode e o que não pode. Cansei de resgatar papeis importantes no lixo! Mas muitas coisas não puderam ser resgatadas e foram embora para sempre.

O que pode ser aproveitado por outra pessoa é doado, claro. Sempre fui assim, desde muito pequena. Por isso não tenho uma boneca antiga (nem a primeira, a favorita), não tenho meus primeiros livros, meus disquinhos, minha vitrolinha ou minha maquininha de costura... Para falar a verdade, eu gostaria de ter guardado todos eles... Não para deixar guardado. Para continuar em contato com todos eles, para continuar usando, lendo, ouvindo, compartilhá-los com meus filhos... Mas já foi, e quem os recebeu deve ter aproveitado bastante. Mas, de verdade, nunca me passou pela cabeça me desfazer da minha caixa de lápis de cor da Faber Castell. Uma caixa com 36 cores!

minha eterna caixa de Faber Castell...

Devo ter ganho essa caixa quando eu tinha uns oito anos, era meu tesouro! Usei esses lápis com muito cuidado e carinho durante toda a minha vida escolar. E então o guardei no fundo do armário, deixando à frente apenas os textos "sérios".

Então o desejo de desenhar voltou com força total. Encontrei o Atelier Daniela Galanti, e nesse espaço maravilhoso, companheiras incríveis para essa jornada: de fora para dentro, de dentro para fora, ad eternum...

Mas aí descobri que meus lápis antigos, lindos e tão amados, são muito duros. E saí comprando material novo! Oba!!! Aprendi a delícia que é o Carand'ache Supracolor Soft! Ele é aquarelável, o que é super legal. Mas é um lápis só para aquarelar. Ele "pode" ser aquarelado. 

Carand'ache Supracolor Soft, a vedete dos lápis de cor macios
 A lata pode ser muito bonita, mas para levar de casa para o atelier, do atelier para casa, não se mostrou muito prática. Isso porque quando a lata fica de pé, dentro da sacola ou da mochila, os lápis se movimentam um pouco... O suficiente para me deixar louca com a disposição das cores, e com medo de que eles se quebrem por dentro. Então arranjei um estojo bem leve, tipo "wrap". Agora sim, eles vão pra lá e pra cá comigo o tempo todo!

estojo de tecido de enrolar

estojo de tecido, enroladinho


Aprender a usar esses lápis não foi tão fácil quanto pode parecer... Meu primeiro exercício foi preencher esses quadradinhos, com valores diferentes, mais claros e mais escuros, em papéis de texturas diferentes. Aí eu usei o Canson Layout, um papel bem liso, quase sem porosidade. 

Se você entende de lápis de cor, já percebeu meu erro de principiante... "Calquei" o lápis para fazer a cor intensa, e o resultado foi uma cor meio saturada, um aspecto brilhante no papel... 

papel Layout Canson

o brilho do lápis no papel
Nã-nã-ni-nã-não! "Pode fazer tudo de novo, desta vez acrescentando cor em camadas, sempre suaves. Repetindo o movimento do lápis, com bolinhas ou com vai e vem, mas sempre com a mão leve", diz minha guia. Cada vez que o lápis toca o papel ele deixa seu pigmento... Não adianta ter pressa... "Fábrica de loucos", penso logo de cara. Mas vamos fazer o que tem que ser feito, certo?  

Logo de início fiquei super frustrada porque os colorido suave ficava com as marcas dos traços, já que a mão não estava tão leve quanto deveria. "Porcaria de lápis macio, com meu lápis antigo isso não acontecia!" Mas não sou de desistir fácil. Aliás, quando ponho uma coisa na cabeça, vou até o fim (ou até desistir mesmo...). Resumindo: passei horas, umas seis horas, para colorir esses quadradinhos. Nessas horas, passei da frustração para a raiva, da raiva para a tristeza, da tristeza para a aceitação, e da aceitação... para um estado meditativo maravilhoso! 

devagar e sempre

papel Mi-Teinte Canson

papel Desenho 200 Canson
E, pra completar, o treino da mistura de cores. Para minha grande surpresa, descobri que, não importa o tamanho da sua caixa de lápis, sempre haverá uma cor que você quer e que não está lá! Falo porque, desde meus primeiros exercícios, e a despeito da minha pouca experiência, já quis inúmeras cores que não encontrei entre os meus lápis!

papel Aquarela Canson





2 comentários:

  1. Keila, você é uma artista mesmo, sempre surpreendendo a todos com seus novos projetos cheios de poesia. Sou sua fã incondicional! Beijos da sua irmã que tanto te admira ❤️

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  2. Sempre te admirei, pela capacidade de superação bjos

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